sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ORAÇÃO

Que Deus és tu ?!

Obrigado meu Deus, pelas oportunidades que tu me deste.
Obrigado pela minha saúde, pela saúde das minhas filhas, pela saúde das pessoas que fazem parte da minha vida.
Obrigado pela saúde da Carina.
Deus, obrigado pelos desafios, por tudo o que erroneamente eu entendi como obstáculo, mas na real era uma possibilidade de crescimento.
Deus, obrigado por um dia eu ter te conhecido e ter passado o comando da minha vida pra ti.
Obrigado pela minha fé.
Obrigado pelos amigos que eu tenho e pelo meu trabalho.
Obrigado pela oportunidade que tu me deste na Sampaio. Eu tenho sido feliz.
Obrigado pela minha vida.

Me perdoa porque as vezes eu sou negligente.
Me perdoa porque as vezes eu não te agradeço pelas minhas pernas, pelos meus olhos, pela minha boca, pelos meus pulmões e – mesmo – pela minha voz que está se indo.
Me perdoa porque eu sou um filho mal agradecido, desses que deveriam passar horas do dia te engrandecendo e honrando.
Me perdoa porque eu não falo às pessoas que não te conhecem sobre o que tu fizeste na minha vida.
Me perdoa.
Me perdoa porque eu não disse “te amo”, todos os dias, àquela que partiu.
Me perdoa porque eu não fui um bom filho pros meus pais e nem um bom pai para as minhas filhas.
Me perdoa se eu peço mais do que agradeço.
Me perdoa pela minha ira, e minha falta de paciência.
Me perdoa pelas minhas mentiras, pelo meu cinismo, pela minha falta de coragem.
Me perdoa.

Há um ano atrás, eu estava na praia com minha filha e algumas amigas dentro de um barquinho. E que final de ano bonito foi aquele. Eu tive a oportunidade de num dado momento pedir á ti uma nova chance. Foi lá no barquinho, quando a gente brincava de pedir coisas à estrelas cadentes. Na real, era pra ti.

Tão pouca e pequena é minha fé, que eu tinha esquecido que tinha te pedido isso. Lógico, eu nasci perdedor, nasci devendo, porque cargas tu de novo me daria chances?

Aí tu me apresenta a Carina, logo quando eu só queria mais alguns cigarros e algumas cervejas. Logo quando eu queria ver até onde o motor aguentaria.
E tudo se mudou de novo. Eu me olhei no espelho e pedi perdão pelo mal que eu me fiz.
Tu me mandou o meu maior milagre na forma de uma pessoa. E isso me foi um murro na boca do estômago. Eu sei, eu só fiz burradas e tu resolveste me mostrar que tu és o Deus eterno, o Deus do amor e – principalmente – da misericórdia. Tu resolveste me mostrar que eu devo mesmo ter fé e coragem sempre.
Eu te prometo, pelo sangue que tu me deste, que eu vou tratar bem esse teu presente. Eu te juro. Eu vou amar ela do jeito que tu me ama, incondicionalmente.

Oh dear Dad, release me !

Obrigado pela minha vida em 2011. Obrigado por 2011.

E antes de mais nada:

Que Deus és tu ?

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Coletividade

A coletividade é uma coisa esquisita. A sabe o significado, mas o que traz, de fato, é uma incógnita.
Eu ando pelas ruas dessa Porto Alegre contrastante e vejo galerinhas um tanto quanto esquisitas pela redenção, por exemplo.
No último domingo, tinham os grupinhos de moleques vestidos de capas pretas, com capuz num sol de verão em Porto Alegre. Tem os cabelos multicoloridos e os não lavados também. Tem as meninas com shortinhos jeans sobrepondo meia calças rasgadas.
Isso me choca hoje. Fico pensando que as vezes a Mabi me pareceu estranha, aparecia toda de preto e branco, com olhos negros e acompanhados de um olhar melancólico.
Tudo muito esquisito, muito fora.

Me lembro então que certa vez eu li sobre esses grupos e sobre os punks, os skinheads, sobre os góticos, sobre os rappers... Grupos estabelecidos informalmente com identidades visuais coletivas. A esquisitice é a principal marca dessa identidade.

De certa forma, pelo artigo que li sobre o tema, ficou claro pra mim que as pessoas como formas de defesa se transformam fisicamente, mudam as roupas, os hábitos, para que possam se proteger dos seus próprios medos. Sim, não há identidade com o meio em que vivem, abraçam-se numa causa que entendem como representativa e adotam um grupo. São medos da articulação. É um esperar que o mundo seja simpático à si, e não que se possa dispensar algum esforço para ser simpático ao mundo. Eu tenho meu mundo ao meu redor, logo, posso transitar por todos esses grupos sendo quem eu de fato sou.

Eu mesmo já passei por coisas esquisitas do tipo; ouvi de um fã: “Cara, a banda é ótima, e o tiozinho ali, manda muito”; “Quando tu me disse que cantava rock, eu não te dava um copo d'água, mas depois de te ver cantando, gostei muito”; “eu não acredito que tu tens uma banda de rock, nem parece um roqueiro”.

Gente, eu já me protegi vestido de alguma coisa que não era eu. Em 1990, eu ia pra escola vestindo calças de cotton rasgandas e pintava os olhos. Preto. Escuro. Eu tinha um grupo definido, o dos caras que ouviam guns n´roses. Eu era um poser que tinha cabelo ruim e – por isso – não deixava o cabelo crescer.

Noutro momento, eu deixei o cabelo crescer. Que engano! Meu cabelo não desce, só sobe, é ruim. No entanto eu desfilava pela cidade provocando minhas estranhezas. Eu era alguma coisa do tipo Carlinhos Carneiro, bagunçado...

Eu fiz isso por algum momento porque eu não estava inteiro, não gostava de mim suficientemente desse jeito que eu sou, comum.
Um gordinho fronha, baixinho e com cara de atendente na repartição pública.
Vendedor de queijos...vendedor de morcilas, no armazém..

Mas essa é minha identidade.

Mais estranheza me causou outro dia em que eu me dei conta de que estava em casa colocando um terno, sobre o meu corpo desajustado e pequeno, cheio de riscos (tatuagens), que já escorreu suor por pular de mezaninos em alguns bares do estado. Um terno pra jantar na companhia do prefeito e do governador do estado

Sim, meu grupo agora é o dos caras de terno e gravata que discutem economia, dinheiro, EBITS, rentabilidade... Dos caras que falam de estruturas sociais... putz, corro o risco de ser um estranho entre os meus amigos do Paulo da Gama, ser um esquisito entre os meus amigos de Art & Bar.

No entanto, não é a roupa que eu visto ou o visual que eu apresento que faz de mim um individuo mais ou menos acessível a todos os grupos. Sim, eu transito bem entre todas as trupes que eu conheço, e isso me faz feliz. Eu me pluralizei, e isso foi quando eu percebi que sem o brinco de argola, com o cabelo raspado, com a barriga aparando os farelos do que eu como, de bermuda ou num terno, eu sou o Lauro. Esse cara que discute dinheiro e produção de dia, cuida das filhas no final de semana, enche a cara e pergunta: “quem quer viver ?” numa noite qualquer.

Eu não acho esquisitos os grupos, pela esquisitice que apresentam para os meus padrões. Acho esquisito que eles façam isso pra fechar-se num grupo de menos pessoas e não interagem com os demais. Alguns se odeiam. E eu tenho um medo disso, me reporta ao Hitler.

Bem, pra finalizar, eu sou eu mesmo. E sou acessível a todo mundo que quiser a minha companhia, e as minha idiossincrasias. E ando tri a fim de dividir a minha felicidade com quem quer que seja, tenha o cabelo raspado, a orelha furada, o terno gringo ou a tatuagem fuleira. Só não quero ser discriminado por ser ciumento, gordo, simplório, sincero, pavio curto. Tudo isso sou eu. E o tempo faz a gente acomodar todas as coisas nessa coletividade que a gente pode ser.

Fica a dica !

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Eu sou um porco !
Eu não valho nada!
Eu me resumo em um amontoado de pecados.
Alguns traumas... algumas faltas... poucos amores...

Eu sou um porco criado na lama... que enfiou a cara num lodo fétido, putrefo, e macambuzio cambaleou pela escuridão de um tempo que nada lembrava as roupas de linho fino e branco invejável. Rolei pela podridão do tempo em que se acreditou que eu tinha o tempo e a razão. Esfolei minha dignidade pela bosta da autodestruição. E eu me vangloriei nessa bosta toda como quem não sente arrependimento.

Eu não valho minha vida.
Não valho o que Deus me deu.
Até porque ele me deu demais. Eu sou um caminhão velho, com parcelas pra pagar, um motor retificado, com uma carga de barras do mais puro ouro. Eu quis a minha morte como recompensa pela obra, cuspi nos presentes divinos que ganhei e ainda assim, eu sigo ganhando... Eu não valho o meu mínimo, mas me sobra sorte pra descobrir a vida lá pelos trinta e poucos, e assinar o quadro... Eu não valho isso!

Eu sou só um amontoado de pecados. Eu me transformei num ser humano que mentiu pra não apanhar, que bateu pra que falassem a verdade, que apontou o dedo pra que me fossem honesto e socou a cara da valentia quando senti medo. Eu sou pecador porque exijo fidelidade e me traio o tempo todo. Eu me sonego em prol de outrem, eu me excluo pra inserir quem eu digo que amo.

E de que amor eu falo ?
Eu nem sei nada sobre o amor.
Eu sei dessa coisa descompensada que eu digo ser o amor, que faz de mim possessivo, ciumento, doloroso, sofredor...
Isso por acaso pode ser amor?
Não, o amor é dócil.
Amor, é forte e fortalece. Amor enobrece.
E eu, eu me torno um fraco, me desarmo, me acalmo, e me empobreço.
Nessa coisa que eu chamo de amor, eu me jogo sem amor próprio. Eu acho que sofrer pelo que eu sinto faz parte do amor. Amor estúpido o meu.

Eu sou um porco que pouco vale, peca e acha que ama !


Do 1308 pra fora um tigre !
Da porta pra dentro, um porco !

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Uma pequena historia que li, e achei linda... precisava dividir, nesse meu retorno...

Ele era um garoto pobre, de pouca inteligência, num ambiente pouco estimulante, onde só lhe puseram boa música pra ouvir, e beijos doces pra receber, pelas bochechas... A magreza doentia, não lhe permitia segurar as calças corretamente na cintura.

Calças frouxas...

Mas o azar existe pras tragédias como a sorte pro conforto.
Quando descobriu a dureza da vida, foi amparado, mas logo o amparo e os beijos doces foram levados pela mão da morte, que vestia preto...

Morte sorridente, divertindo-se...

Ficou na escuridão da noite de primavera somente o sorriso da morte, brilhante... e a escuridão daquela noite durou várias outras estações, cruzou invernos, infernos e verões... completou 20 primaveras...

Toda a poesia e a inocência se perderam em pratos fartos de pecado, sangue e arrependimentos...

Quando respirar tornou-se pesado, a vida sorriu-lhe, com tarde ensolarada... como fosse pra até o fim da vida... a tarde vinha com as chances de aprender, adquirir, evoluir e não entregar … o entendimento é realmente fascinante, muito maior do que a ignorância...

E os sonhos foram todos se construindo até esbarrar na felicidade vestida de carne, cantarolando qualquer banda de seattle, ou algum circo voador...

Por fim, vieram-lhe os cães, as chances, e a redenção... e numa dessas noites, foi jantar com os poderosos, e vestida uma gravata barata, feita a mão pela humilde mãe....e nesta noite singular, voltou pra casa com um sorriso de compensação e agradecimento... e lá chegando, encontrou a pessoa mais nobre e importante... a esposa, deitada a esperar-lhe...

Nessa noite, pensou sem se incomodar, que riria da cara da morte, mas não lhe estenderia a mão....

terça-feira, 12 de julho de 2011

Todo fim da linha é um ótimo recomeço!

Eu olho pra minha vida daqui de onde eu estou e fico pensando no quanto eu tenho que agradecer por essa vida.
Verdade. Tudo o que tenho eu fiz de tudo pra não merecer.
Lá atrás, quando eu nasci e não tinha muita estrutura pra ser feliz nesse negócio. O Sr. Brandão e Dna. Vera separaram-se antes de eu nascer.  Então fui jogado nos braços da Iracema. Aquela velha gorda e linda que me amou de um jeito que eu fiquei com seqüelas de amar desenfreadamente. E aí, constam meus primeiros triunfos. Saí da dúvida pra residir na sorte do amor dela. Passou um tempo eu me dava conta de que não tinha muito como eu ser diferente da minha família, eu seria a extensão dos meus tios e cuidaria da banca de frutas do Sr. Derli (porco estúpido).
Aí vieram os tempo ruins, o cidadão aí, jogava. Era um jogador compulsivo, passava noites fora de casa deleitando-se na atividade de perder dinheiro da família e na putaria. É no ódio desse indivíduo que se origina meu amor pela família, o apreço pela monogamia, o pavor de jogos por dinheiro e a indignação com a derrota. Eu não sei perder. Foi no convívio com esse puto, que eu aprendi que mulher a gente tem que amar, incondicionalmente. Quem bate em mulher, sob qualquer circunstância é um puto de merda sem valor.
Bem, nesses tempos ruins o cara perdeu duas bancas que tinha no centro, eram três. Depois em 1989, em 13 de outubro, começamos a mudança para a nova casa. Saíamos de um casarão gigante na Rócio 345 para morar num casebre de madeira na Rócio 294. O Collor ferrou o dinheiro de todo mundo e trancou a poupança. O Derli, ficou com todo dinheiro da venda da outra casa retido no banco. E com a receita reduzida em 66%.
Eu cresci vendo esse idiota chegando dias depois em casa, pela manhã, bêbado e queria bater na minha Iracema. Ela amava ele, sofria quando ele tava fora. Passava o dia ouvindo os discos do Nelson Gonçalves e choramingando em volta do tanque de roupas ou da pia com louça. Ela gostava dele. Mas nesse ano eu tinha 13 anos. Um homenzinho. Numa dessas manhãs ele chegou e queria bater nela. Foi a última tentativa. Sabe-se lá de onde veio aquela força, mas eu arremessei ele e com o dedo em riste, deixei bem claro  que ele não bateria mais nela. Ainda bem que ele entendeu.
Nesse tempo ruim que a vida ficou, a Iracema me comprava livros, enciclopédias, mitologia universal, heróis da história. Conheci nesse ano Guns n´Roses, White Snake, Ozzy Osbourne... logo depois, Pearl Jam, Iron, Metalica... MTV...
Daí eu pensava: “tá tudo ficando feio e essa pessoa fica tornando minha vida mais bonita, como se ela não quisesse que eu visse como é na real.” Ela fazia as vezes do Belini no filme A vida é bela... do campo de concentração.
Mas daí eu fiz tudo pra desencantar... achei um caso, com 14 anos, e desse caso tive uma filha... eu via no rosto da Iracema que eu a tinha entristecido. Tive que procurar trabalho, comecei a trabalhar como boy na Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social... logo depois na confiança. Me envolvi num mundo de tentar melhor meu prognóstico, deixar de ser um vendedor de frutas... podia tentar alguma coisa diferente. Em 1989, eu fui o orador da minha turma de formandos do Jerônimo de Albuquerque (era um Educador Jesuíta). Em 1994, me arrancaram tudo. Iracema morreu. E lá fui eu de novo dar as costas para toda a sorte que eu tive na vida até ali. Eu me joguei no inferno e fiz tudo errado. Neguei todo o amor que eu recebi. Fiz tudo pra que o mundo entendesse que eu não merecia o que tinha.
E mesmo depois de ter negado a minha sorte, ou (como eu prefiro ler) o amor de Deus por mim, depois de ter passado por alguns vales áridos, de solidão e mau trato pessoal, esse meu Deus, à quem eu agradeço tão pouco, resolve que vai me dar a vida bonita de novo. Deu-me cores pra minha tela onde eu pintava só com grafite. Permitiu-me usar uma paleta de cores onde eu só fazia imagens monocromáticas.
Eu, ainda, nos meus momentos de intimidade plena, eu comigo, eu procuro por Deus pra dizer: obrigado!
Sabe-se lá o que é e de onde veio, mas eu entendo como mais uma linda chance de ser feliz, assim, fácil, inexplicável e sem pressa.
Obrigado!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ciclos e ciclos!
Ciclos e ciclos, círculos e círculos... e nesses tempos de falta de tempo, na minha vida o que acontece é um movimento de 1 ano para cada minuto.  A intensidade das coisas elimina definitivamente a referência tempo. É a forma como as coisas acontecem.
Há muito tenho necessidade de voltar a escrever aqui e quando me sobra algum tempo, algum pensamento ou tarefa vencida me assaltam, e lá se vai a oportunidade de escrever mais. Mas hoje, abro mão de qualquer coisa, porque preciso escrever. Às vezes é isso mesmo, necessidade.
Eu não sei de onde as coisas vieram, e nem quero  questionar. O momento é lindo, melhor impossível. Desde o último anjo a minha vida tomou rumos muito diferentes e todos autênticos e não os quero questionar. Como se muita coisa eu tivesse deixado em stand by por algum tempo, pra resolver depois, e esse anjo novo me trouxesse as resoluções de tudo.
Pouco mais de três meses depois, eu olho pra Carina e tenho a impressão de que ela já tá na minha vida há anos. O que ela sabe de mim, quem sabe meus irmãos não saibam. Minhas tristezas, algumas frustrações, alguns sucessos, algumas glórias... tudo a Carina conhece. Não bastasse isso, o que eu ainda não conhecia ela me apresenta, e de forma que não me constrange. Eu me encanto.
Esse encantamento que começou há uns 100 dias e é um gráfico com eixos X e Y infinitos... Crescente... são só coisas boas. Quando eu me dei conta de que havia me desarmado plenamente pra Carina ela me perguntou: “topa morar comigo?”
Dias depois estávamos escolhendo piso... depois geladeira (pensando nas cervejas)... depois no fogão... depois, em quem poria o piso... os móveis planejados... e as mudanças não vêm até aqui... eu me senti parte da vida da Carina, ela da minha, optei por sugerir-lhe alguma coisa maior... fiz suspense, armei com familiares e amigos... e no último show da Under pus-lhe anel de ouro no anelar da mão direita... minha surpresa: “eu já sabia que tu ias fazer isso !” Ninguém contou, suspeitou que era o que eu pretendia e aceita isso.
Finalmente alguém que tem a minha intensidade, o meu volume, a minha loucura, a minha falta de noção... a minha disponibilidade, a vontade pela verdade e pelas coisas agora... e me quer... tanto quanto eu a quero... Finalmente alguém que me faz questionar: “o que eu quero pra amanhã? Qual é o meu lugar?”
E nesse questionamento, nessa dúvida toda gerada, com prazo de definição expirado, eu resolvo mudar mais coisas... mudar meu lugar, sair de novo da zona de conforto e ir em busca dos vôos maiores... eu não tenho medo... nunca tive... mas a motivação pra arriscar, as vezes vem de fora, e não tem razão...
Eu pensei que estava preparando a rampa... e quando eu me dei por conta, cá estamos nós dois no ar... a Carina pilotando... e eu atrás achando a maior graça, me segurando nos ombros dela. E com isso, enchemos nós todos os outros de felicidade pura. Quem quer rir, que fique por perto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eu creio em anjos !

Sim, eu creio em anjos... sempre fui um romancista desses que gosta de escrever fábulas, inclusive... escrevo umas divertidas...

Mas minhas crença se dá pelo fato de que sempre tive anjos na minha vida, materializando-se e cuidando das minhas coisas... impressionante...

Lá em 1976, depois Sr. Brandão e Dna Vera darem-se conta de que não existia nada em comum entre eles, senão eu, apareceu-me o primeiro anjo. Anjo desses que se contra nas pinturas renascentistas, retratos de odes aos Deuses do Olimpo... anjos gordos... fartos...
Meu primeiro anjo chamava-se Iracema, minha Iracema...
Quem sabe não fosse por ela, eu não teria gosto pela música, pelo Grêmio, por cachorros, por crianças ou pela vida... mas ela me deu tudo... o que ela não pode me dar o Brandão me deu...

Lá pelas tantas eu ia pra escola com meu anjo me levando pela mão. Eu não sentiria vergonha se ela não tivesse se dado conta de que com 11 anos aquilo podia parecer ridículo...

Daí com 13 anos, eu descobri o segundo anjo... Alvanês...
Um grande amigo que na época tinha 24 anos, jogavamos junto... e eu era um guri diferenciado, os mais velhos gostavam da minha companhia...
O Alvanes era de uma inteligência absurda, aluno da federal, logo depois, professor de educação física... e ele fisicamente parecia-se com o Scwarzenneger (se é que escreve assim essa coisa)... ele fazia fisiculturismo desde os 14 anos, logo, era um gigante...
Precisamos de pouco tempo para que ele me tivesse como um irmão mais novo e eu a ele como um irmão mais velho...
Lógico que eu me beneficiava da amizade dele, eu era belicoso, debochado e mesmo assim, pouca gente queria me dar uns "biffs" pela rua, pois, o revide poderia ser bem foda...
Foi nesse momento que virei o rei da rua... isso era bem na época no Exterminador do Futuro II, eu me sentia o Connor filho... com meu próprio exterminador...
Mas o meu andróide tinha uma coisa de valiosa e repassável... ele era muito inteligente, queria que eu fosse igualmente, e gostava de rock n´roll.

Por muito tempo, eu convivi com aquela pessoa que parecia um monstro e era meu melhor amigo, irmão, e aconselhador...
Nos afastamos quando com 15 anos me tornei pai... daí tudo ficou diferente... eu tinha que resolver algumas paradas por duas pessoas... e justo quando a vida começava a me dar "olá !".

Daí me veio o 3º anjo, Eddie Vedder... lá no versus ele me fez focar nos sons que eu reproduziria... e me tirou de alguns lugares ruins, onde o Alvanes nem a Iracema poderiam me tirar... nunca me senti um Jeremy... sentia-me sim, um rock star...

Aos 18 anos eu mergulhei profundamente no inferno... Foi a Iracema... logo depois do gol disperdiçado pelo Roberto Baggio... da Comemoração do Dunga, do Taffarel...do Romário... eu ganhava amor pelo futebol e perdia o amor da minha vida... e junto com ela, ia-se minha vida...
Nessa, nem o Eddie me segurou...

Eu ingressei na desgraça com um gosto invejável... entrei na lama, não pra me divertir... foi pra parar de sentir mesmo...

Daí em apareceu um novo anjo... a pessoa com quem eu convivi por longos 14 anos, lado a lado e por amor... e ela me deu mais dois anjos... Laura e Lívia... quando estes últimos vieram, tomaram o lugar da Cassiana... e nisso, eu despertei pra um anjo pouco atendido... a Mabi.

E com tudo girando em torno de nossas cabeças nós nos esquecemos um do outro, e deixamos que o sentimento se esvaísse... e eu não tô aqui pra brincadeira, pra mim as coisas são bem de verdade... e quando me vi sem sentimentos por aquela pessoa, tomei uma decisão bem importante na minha vida... resolvi que ia buscar a minha felicidade... eu quero gente inteira... com tudo o que eu preciso... e que me exija tudo o que eu posso dar.

Eu jamais submeteria alguém a ficar ao meu lado, não fosse por um motivo: AMAR DESCOMPENSADAMENTE, do meu jeito.

Mas acabou e eu me confortei numa vida mais confusa, com menos de mim... e mais dos outros... e quando me dei conta... eu tava ali, me confortando com ilusões, e esquecendo que eu ainda posso ser beeem feliz e fazer ser...

Aí me aparece mais esse anjo... que me quer por perto, com essa voz rouca e olhar profundo... acompanhada de um canino que me gosta pelo cheiro... e se dispõe a receber toda essa minha loucura...

O que tenho é bem pouco e não exijo nada em troca !

To sendo feliz de novo e essa é minha declaração... Esteja pronta pra minha insensatez, ela não dói, não maltrata, não traumatiza, não confunde, não desgasta... é sempre a mesma, todo dia... sem retoques...

Arruma a rampa, eu quero saltar... e que se dane o estrago !

Desculpe-me o uso indevido da imagem...


segunda-feira, 18 de abril de 2011

O ponteiro gira, roda a roda, tudo se encaixa... perfeita simetria !!

Definitivamente, aqui na minha estupidez, do alto das minhas idiossincrasias, estar só é bom até que melhore.
Por vezes a gente procura a cura nos lugares errados e enquanto o objetivo é esse, a procura, a felicidade não se revela, ou, quando se revela a gente não a percebe.

Porque tá focado na coisa errada.

Mas enfim, tá tudo assim, tranquilo de novo, e eu vejo ali na frente uma possibilidade de bons dias de céu azul, chimarrão na Redenção, cachorro na grama e conversas longas.

As surpresas que se apresentam são boas.

É verdade que eu ando meio conflitante também, preciso tomar decisões que implicam em tirar da minha vida o que eu não quero, isso passa por pessoas, vícios, maus-costumes e preconceitos.

- Não fumo mais há algum tempo e logo quem for assistir a Undergrunge vai perceber uma tremenda diferença por conta disso.
- Não quero por perto ninguém que não seja de verdade, e já em encarreguei  de fazer o filtro;
- Retorno ao meu curso no segundo semestre e vou me organizar para isso;
- Retorno ao inglês em maio, depois da Agrishow.

Essa coisa do conflito é bem meu, mas são aqueles conflitos só meus...
E a salvação tá logo ali... (que bom!)

Me lembrei hoje de um evento bem marcante pra mim...e que define bem quem são as pessoas e o que elas querem...

Eu tenho três princesas lindas...
Uma EMO;
Uma intelectual (aposto nisso);
e Uma porra louca (deve ter puxado a mim, coitadinha);

Eu levei muito tempo pra pintar em peças de gesso virgem, o melhor presépio que eu já tinha visto na vida...
Peças grandes, ricas em detalhes, e eu sempre gostei de pintar, desenhar, escrever e coisarada...
Daí pintei o meu presépio.
Fui cuidadoso com os detalhes...
Levei umas duas semanas para pintar completamente...
Ficou perfeito, colorido, com as cores certas...

Mas ainda faltava alguma coisa...
Comprei betume, selador, e "envelheci" as peças...
Sim, ficaram coloridas, porém com uma luminosidade que o betume e a intensidade da remoção deixaram ainda mais ricos...
Eram peças coloridas com as sombras dadas aos alto e baixo relevos da peça...

Foi trabalhoso mas compensador...
Sempre quem via meu presépio elogiava... e eu montava a coisa toda em 1º de dezembro, com capricho... a Laura e a Lívia me ajudavam com a montagem da árvore do Santa Klauss...

Tudo lindo... mas o presépio !!! Afff....

Viemos morar em Caxias... chegava nosso primeiro Natal por aqui...
Primeira semana de dezembro lá estava eu montando a árvore com as meninas e também meu presépio...
Realizado, ali sim, começava o final do ano...

Até que certo dia, chego em casa, abro a porta da sala, entrada da casa, e paradinha no meio da sala estava a Lívia, me esperando, cara de "pidão" segurando uma mãozinha e outra, pelas pontas dos dedos... postas abaixo da cintura...

Eu dei-lhe o meu melhor sorriso, e ela nem deixou eu desfazê-lo... me interrompeu:

- Pai, pai. A cabexa do jogé caiu !!!

Eu sabia do que se tratava, descemos as escadas juntos e chagamos na sala...

Lá estava todo o meu presépio perfilado, deitadinho nas caminhas improvisadas, ao lado das Pukas, barbies, ursinhos, superpoderosas... com "cobertinhas" sobre todos eles...

Uma diferença entre os integrantes... o São José, estava com a cabeça quebrada...

hehehe

Aquilo me feriu de uma forma, eu olhei pra ela, e ainda estava com carinha de susto...
Meu presépio quebrado... justamente sem o José...
A Lívia sabia que aquilo era importante pra mim...
A Laura e a mãe delas também, estavam no quarto trancadas...

Restou-me olhar pra Lívia, beijar-lhe as bochechas e dizer que a amava...
Ela esperou o pai pra contar o "pecado", e falou a verdade...
Com medo, mas com verdades...

E daí que eu penso, que a gente precisa mesmo, mais infantilidade pra ser honesto, e ver a cor que as coisas têm. Toda a prudência e todas as convenções, engessam a gente de maneira que ficamos adultos demais, burros demais, ponderados demais... tudo pra não parecer ser o que a gente realmente queria ser...

Eu não vou pensar no que deve ser dito.
Vou dizer quando achar que é, e assim, vou ser mais feliz.



Dois novos bons amigos...
O Puggie e a cerveja...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ALGUNS DIAS DIFERENTES E DIVERTIDOS !!

Descrever a última semana não tarefa fácil.
Uma: porque os acontecimentos foram lindos e não cabem em palavras...
Duas: eu não sou tão bem “ferramentado”  literalmente pra fazer isso com a qualidade que requer...então, faço do meu jeito tosco, e quem me conhece e sabe da minha intensidade, pense: Foi tudo pelo menos 3x melhor do que isso que ele escreveu aqui.
Começa pela quinta, em que encerramos o ano fiscal com os resultados atendidos... depois de um ano de muitas dificuldades, essa falta de constância do nosso mercado e essas surpresas que as importações trouxeram... ainda assim, com muito trabalho e alguma inteligência, fizemos as coisas acontecerem...
Final de tarde me toco pra Porto Alegre pra fazer o show do Art&Bar. Foi daquele jeito, como sempre tem sido. Algumas novidades. Minha filha no show, é sempre esquisito estar lá saindo do corpo, olhar ali na frente e perceber que minha filha me assiste, e ainda, toda tatuada... é bem verdade que mesmo com toda a estranheza, é bonito.
O show foi aquilo. Gente de olho fechado, braço erguido, eu bêbado e uma energia descomunal... até Porch, quando eu sou surpreendido por beijo... isso era ainda no show... ok. Algumas verdades, algumas cervejas e termina bem a noite.
Pego minha filha pra levá-la pra casa.
Blitz.
Tô preso.
Mabi com mãozinha suada e gelada.
Preciso fazê-la sentir-se calma.
Começo a fazer piadas com o policial, que gostou de mim. Fiz ele gostar.
- Documentos?
- Não tenho. Não trouxe.
- Vou prender teu carro !
- Mas vai prender só por isso?
-Sim ! Lauro, tu deves saber, sem carteira, é carro apreendido.
- Ah tah, pensei que fosse porque to bêbado !
Hehehehehe. Eu me divirto nessa vida e divirto as pessoas. O policial não devia esperar por essa, por isso achou engraçado. Me aliviou, pediu pra eu chamar alguém sóbrio pra buscar meu carro e me liberaria. Liguei pra todos os amigos, inclusive pra menina. O Vini foi me resgatar, bem bravo !
Ok.
Dia seguinte, consulta da Laurinha pra ver qual o aparelho auditivo ideal. Ela estava beeeem feliz e eu também. Graças ao bom Deus, somos felizes de qualquer jeito e elas (as três) herdaram de mim esse negócio de não sorrir nunca por desespero, a gente é feliz e pronto!
Daí vieram algumas surpreendentes mensagens ao longo do dia.
As 16h, de volta a Caxias pra fazer minha avaliação de desempenho. E eu cada dia mais me certifico que a escolha por Caxias, torna-me maior, mais forte e construindo uma vida/carreira de sucesso pra mim, com sobras àqueles que eu amo. O Ermir, é meu líder, meu amigo e é extensão da minha família aqui. Eu cresço porque ele quer que assim seja, porque Deus permite e porque eu não gosto de empatar.
À noite, festinha do comercial, janta. Galera divertidíssima, muita bebida, alguns equívocos e tudo termina num soninho necessário porque no outro dia eu tinha que iniciar meu curso com minha tchurma.
Curso até as 12h, depois show de futebol (eu sou um craque) e chegando em casa, ligação da menina dizendo que viria assistir o show de Farroupilha. É lógico que penso que isso é uma coisa boa, pois, conhece-se uma pessoa geralmente sem criar muitas expectativas, e quando esse interesse existe, faz um bem danado.
19h, posto na estrada, farroupilha. Cervejas, cervejas e cervejas até a hora da passagem de som. Reconhecimento de terreno.
21h, no bar, para arrumar as coisas.
Surpresa boa, o bar cheio da câmeras espalhadas, intenção de filmar nosso show com captação digital de áudio e vídeo. Moral hein ?! Ingressos antecipados não mais, foram todos vendidos. Passagem boa e pedido de ajuda do Telles para conduzir a passagem, visto que os meninos estão sem se falar, cositas sem importância. No sofá ao lado as meninas todas, se conhecendo e se gostando... beeeem divertido !!!
Janta no Di Roma, xis bom ! Algumas críticas ao Bono Vox e palhaçadas diversas.
0h no bar, pra ver como estava. Lotado. Muitos amigos, os de Caxias inclusive.
0h30, no palco.
Daí acontecem as coisas do jeito mais doido. Release pra começar, luz apagada. “i see the World, feel me till...” e quando a música cresce eu sempre permaneço de olho fechado pra ver o que ela ocasiona em mim... e nesse dia eu senti que a coisa ia ser séria... “Release me”...
E depois o resto todo. O público de Farroupilha gosta muito de Pearl Jam. E daí, me proporcionam alguns passeios por sobre as mãos. Quando o show tá bom isso acontece com alguma facilidade.
Algumas garrafas de uísque depois e a Carina disse que iria pra casa.
Quis retribuir a gentileza da subida pra nos assistir e não achei que ela tinha condições de descer à Porto Alegre com sono, mas o Puggie não pode ficar sozinho por muito tempo. Então, cada um no seu carro fomos até Porto Alegre nos ultrapassando mutuamente a fim de não deixar um ao outro dormir no volante.
Daí foi tudo bem legal. Mas o mais bacana, foi ouvir a menina tocando violão e cantando com um vozerão absurdo “Linger” Cramberries... quem sabe o melhor momento dos últimos dias ...
As 15h, fui convidado a ficar, mas não acho correto. Ela não falta a nenhum jogo do Grêmio, por isso, precisava dar uma saída... hehehe
Eu também saí, voltei pra Caxias...
E assim foi uma seqüência de bons dias, de algumas irresponsabilidades e de algumas surpresas boas, que me fazem acreditar que ... EU GOSTO MESMO DO ESTRAGO !!

terça-feira, 29 de março de 2011

POSTS RUINS...

Os meus últimos posts não foram muito legais... embora eu não devesse me importar muito com isso, sei lá o que acontece, estou  ficando mais crítico...
Talvez eu tenha uma explicação, é a leitura do livro do Humberto Gessinger...
Sempre gostei do Humberto e principalmente dos engenheiros. É uma ligação antiga, e que tratei de amplificar quando conheci o Maltz numa palestra lá no antigo cinema São João, em Porto Alegre, quando ele veio pra falar da Irmandade. Curiosamente, naquela época, mesmo diante de um ídolo, eu era um destemido... mostrei uma música minha para o Maltz. Ele foi de uma elegância incrível, ouviu minha música atentamente. Hoje eu penso que a música era ruim, mas eu acreditava muito nela. Penso que o meu acreditar impressionou mais o Carlos do que a própria canção.
Trocamos algumas palavras e saí de lá embebido em EH.
Sim, era um período pós-Simples de Coração, onde tinha aquela canção que o Maltz canta, Castelo dos Destinos Cruzados... demais!
Daí hoje, através do livro eu viajo no tempo e me surpreendo em cada página com algumas similaridades entre eu e o HG. Verdade!
Longe de mim me comparar ao HG, mas acho que gosto mais do Lauro que existe nele do que no baixista/guitarrista dos Engenheiros.
Eu sei que muitos dos que estão lendo esse posto acabam de pensar que eu sou muito egão mesmo, ok, também to pronto pra isso... hehehe. Mas não se trata disso.
Falo das similaridades:
O gremismo, o socialismo, a paixão por história, o gostar de música boa, o apego monogâmico e o totalismo... e é no totalismo que eu me encontro tanto quanto no gremismo... até porque o HG já foi um apaixonado pelo Botafogo, eu sempre gostei só do Grêmio...
Diz o Humberto que gosta de descobrir uma coisa e ir até o fim...
“Eu não vim até aqui, pra desistir agora...”
Seja uma banda, uma técnica, um instrumento...
Eu também gosto das coisas até o fim... e prefiro, ainda, as reticências aos pontos finais... É uma questão de predileção, independente de querer se fazer entender, se isso é bom ou é pior...mas até nisso, o HG concorda, eu amo e faço as coisas do meu jeito, longe das tendências e dos modismos... e por coincidência, meus amores estão longe demais das capitais...
Go ahead !
“Princesinha parabólica... prenda minha clarabólica... o pecado mora ao lado do paraíso... paira no ar”

UNDERGRUNGE

Dia 31.03 voltamos pra casa !

Sim, tocaremos de novo no Art&Bar, e tocar lá é algo como "jogar em casa"...

Não se explica o que acontece... quem estiver lá, vive !!

E dia 02.04, em Farroupilha.

Onde é sempre bom também. Tocaremos no Cavern, novamente...

Se terminar como na última vez, em que tinha gente em cima das mesas, cantando junto... tenho certeza de que vai ser lindo !!!

terça-feira, 22 de março de 2011

Eu sei... Eu sei...

Eu sou o cara errado...
O cara errado pra um monte de coisas...

Nem sempre eu convivi com as bajulações da Dna Iracema e o carinho incondicional do Sr. Brandão...
Nem sempre eu fui o pai perfeito pras minhas pequenas que me dizem todos os dias que me amam...
Nem sempre eu fui o marido perfeito que por 14 anos, quase era...
Nem sempre eu fui o melhor amigo, até porque as vezes eu não quis ser...

Nem sempre eu fui assim pelo estrago, inconsequente e apaixonado por essa vida...

Nem sempre eu agarrei alguém com aquela fúria desesperada por um beijo...

Nem sempre eu fui um bom amante...

Então aprendi que essa minha defesa, de tentar se fazer maior, me protegeu...

E com isso tudo eu entendi, que pra muitas coisas eu realmente não sou o ideal... porque nem sempre eu consigo ser o mesmo...

Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro...

Mas, com todas as minhas fraquezas... quando eu eu digo o que sinto... é porque to sentindo a fu !

E o cara certo, nunca é fraco... e nem sempre diz que morre de amores por alguém...

Ou eu posso estar errado .... hehehe

sexta-feira, 4 de março de 2011

EXPLODE CORAÇÃO... NA MAIOR FELICIDADE ...

Olaiá-laiá !
"Mamãe eu quero, mamãe eu quero..."
Chegou o carnaval...
No meu entendimento, pras minhas preferências, o ano sempre começa ruim e termina bom. Explico: Tenho pavor de calor e não suporto a idéia de carnaval. Não sou muito querido com praias também...
Enfim, esse é o momento de usar as máscaras, fantasias... ou pra quem já fiz isso na vida naturalmente, é hora de surpreender, e – de repente – tirá-los... hehehe. (sarcasmo a fu).
Eu não gosto de carnaval, de festas de carnaval, mas gosto de gente. Isso é sabido.
Há cinco anos sempre “curto” um bailinho de carnaval, lá por terça ou quarta-feira, porque tenho que levar minhas gatinhas pra sambar... sabe como é, criança gosta dessas coisas, e não posso influenciá-las a não gostar do que eu não gosto...
Mas nesse carnaval vou fazer tudo diferente... estou indo para a praia com uma turma beeeem querida, adoro todos eles e elas... vou comprar um protetor solar, vou levar meu pen  recheado de boas marchinhas compostas por Slash, AC/dc, Metallica, Pain og Salvation e Richie Kotzen... e vou colocar uma fantasia... vou usar meu melhor sorriso e me mascarar de pessoa que não se importa com essa condição de gostar demais de alguém que não vai ter...
Vou fazer de conta que não ligo e cair na folia... pra na terça voltar para Porto Alegre e levar as minhas pequenas mascaradas para a festa da carne.
Enfim, minha torcida é para que o ano comece logo, de fato...
E dia 13 de março tem Richie Kotzen em Porto Alegre....

 

terça-feira, 1 de março de 2011

Dias mais felizes esses últimos !

Eu não sou muito exigente, mas considerando que eu ganhei muitas coisas legais nessa vida... me resta comemorar...

Boas companhias... canções... amigos de verdade... alguns que queixam-se por minha falta... minha família bacanérrima... (saudade do Sr. Brandão)...

"deixa ser como o tempo quer... vai chover e já estamos prontos..; "

Sim, achei que não conseguiria mais compor músicas próprias... canções, é bem verdade... mas fiz uma de que gostei muito... singela... querida... acordes bons... uma métrica meio esquisita, mas tá valendo...

o nome vai ser:

Estamos Prontos !

"Tudo o que eu sei sobre você
Você não enxerga, não vai compreender
É um caminho seguro
Um salto sozinho no escuro
E tudo o que desejei

Como o leão que teme o inseto
Você não entende, teme o incerto
Você não percebe que eu brilho ao te ver
Que eu esperei por você

Deixa ser como o tempo quer
Vai chover e já estamos prontos"

E ainda tenho essas preciosidades...


Num próximo post vou falar desse amor que ganhei da Iracema, do Brandão, e potencializei por minhas três florzinhas, essas duas aí de cima e a Mabi.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lugar comum

Prepara-se o tempo em Caxias pra chuva...
Gosto dos dias de chuva...

É um pecado - apenas - que a cena não esteja inteira.
Mas ok.
Dias de chuva me levam a lembrar que quando eu tinha entre 10 e 13 anos, eu ainda morava no casarão da Av. Rócio, 345, lá no Partenon.
Estudado na Escola Estadual de 1º Grau Jerônimo de Albuquerque...

Leitor de gibis Marvel, jogador de futebol, brigador maloqueiro, bom desenhista, ouvidor de aerosmith / Ozzy / Guns n´roses, filho do Brandão e neto da Iracema...

Naquela época eu sentia uma vergonha da minha avó (A Dna Iracema), porque ela me tratava como se eu fosse um bebê... ela me vestia, comprava minha roupa, me mandava tomar banho, preparava o Nescauzinho da noite, falava de mim para os outros como se eu fosse a melhor criança do mundo... um orgulho tremendo, "o guri nunca ficou em recuparação", "o guri é um computador, faz conta de cabeça", "o guri é artista, desenha que é uma loucura"... tadinha, me amava.

Poucas vezes esboçou me bater, mas era uma surra divertida, dava uns tapas, que nem barulho faziam... era ridículo aquilo... depois, eu me jogava num canto e ficava fazendo o papel de vítima, em pouquissimo tempo ela vinha chegando, ficava em volta, sentava, dava um carinho e se justificava porque tinha me batido... mesmo quando eu tinha feito uma merda grande...

Uma vez, peguei uma zarabatana, coloquei o dardo, uma seta de uns 10cm, chamei o André Correa, meu amigo, quando ele tava chegando perto de mim, mirei aquela coisa e disparei o dardo na perna do André... 10 cm de aço dentro da perna do guri...choradeira... logo a mãe dele queria me matar... fugi... ela foi fazer queixa pra minha avó... deu-se mal... tomou um xingão... o guri com o aço na perna... eu rindo no quarto...
Foram os reclamantes embora, minha vó me encontrou no quarto rindo... foi me bater...me bateu... quase ri de novo...passou alguns minutos lá tava ela me "carinhando" e justificando porque tinha me dado uns "tapas"... depois disparou: "aquele guri é um metido, merecia mesmo..." (que horror Dna Iracema)...

Era sempre assim... amor demais... razão nehuma, ou melhor, eu sempre tinha a razão...

Vi ela morrendo... não pude fazer nada... só correr, chamar ajuda... esperar ela voltar pra casa... mas não voltou...
Mas onde quer que esteja, ainda é amor demais... eu sinto...

Me ensinaram a amar e ninguém me disse como faz pra ser diferente... ninguém me ensina o antídoto... e eu que me fodo nessas ... hehehe

Mas sabe como é... eu gosto... do estrago....

Hoje tem Grêmio... que eu aprendi a amar ainda criança...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tudo no lugar

Finalmente acabou-se o horário de verão.
Entendo as razões, a economia de energia, mas não consigo gostar desse negócio.
Meu organismo trabalhou durante 8 meses para que eu acordasse num horário “x” e dormisse num horário “y”, daí no final do ano, quando o corpo já está dando sinais de cansaço em decorrência de um ano de muita correria, por conta de uma medida do governo, eu simplesmente digo ao meu relógio biológico que ele precisa trabalhar para que eu acorde 1h mais cedo, por obrigação.
Dormir 1h mais cedo não é uma obrigação, logo, o corpo relaxa e a gente dorme mais ou menos no mesmo horário que dormia. Isso significa dormir 1h a menos durante quatro meses.
Justamente nos meses mais quentes do ano, onde normalmente, eu já durmo menos.

Lógico que eu vivo em baixa rotação quando chega o verão.
É aquele peso do calor escaldante, da pressão baixando em virtude da perda de líquidos por suor, a inibição do apetite.

Então, quando acaba o horário de verão, é meu reveilon... o ano começa de verdade.
Tudo volta ao normal, tudo volta ao seu devido lugar.
Essa foi a minha primeira noite de sono no ano. Uma maravilha.
Rolei de um lado pro outro na cama. Deitei antes das 23h.
Acordei às 6h, cansado de tanto descansar.

Daí acorda-se, toma-se um bom banho, veste-se uma roupa limpa.
Venho para a empresa, som no talo.
Richie Kotzen, “you can’t save me”.
Vento entrando pela janela do carro.
326 bons dias no trajeto até o comercial (não tem como o dia ser ruim)
Chego à minha mesa, uma bagunça...

Aí penso: “o que essa semana tem pra ser diferente? Ruim?”

Eu gosto é do ...




quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mesmo o Bem divide !

Me lembro que quando criança, meu pai (O Sr. Brandão) ia me buscar na casa dos meus avós para passar o final-de-semana com ele.
Eu fui criado pelos avós maternos porque meus pais separaram e nenhum, nem outro tinham condições de ter um filho naquele momento. Meu pai bem que tentou, mas não conseguiu, meus avós não deixaram que ele me levasse.
O Sr. Brandão é um desses caudilhos, homens como não existe mais hoje, é tudo ao mesmo tempo, um estúpido, grosso, polido, carinhoso, adorável, cuidadoso, bem belicoso (bom de briga), esportista... É o herói que eu não vou conseguir ser... talvez por isso eu o ame tanto.

Bem, voltando ao relato, ele me buscava.
Era um PM recém iniciado, um cabo, desde onde eu me lembro.
Morava numa casa de madeira, com algumas frestas nas paredes, lá no morro da polícia.

Mas era uma casa de uma limpeza e organização invejáveis... ainda sinto o cheiro do fogão a lenha. Ainda me lembro dos mochinhos de madeira, da bacia de zinco onde tomavamos banho, do crucifixo na parede, onde ele sempre ajoelhava-se e rezava o pai nosso e a Ave Maria antes de dormir.

Com meu pai aprendi que duma boa briga não se pode fugir... as vezes até se busca pelo prazer da empreitada... aprendi que deve-se escovar os dentes muitas vezes pra ter um sorriso grande... aprendi a gostar de Deus, e a conversar com ele a noite... aprendi que independente dos trocados (ou falta deles na guaiaca) não diminue o prazer que a companhia da gente pode representar... aprendi que os filhos a gente educa pelo exemplo... e com algumas coisas simples pintadas no cotidiano...

Ele me levava para subir o morro da polícia nos finais de semana, jogavamos futebol no capão, e terminavamos as tardes no topo do morro "olhando Porto Alegre "ascender""  e como era bonito quando a cidade ligava, aos poucos... e a gente sentado esperando terminar o "entrevero" pra ir pra casa... sujos... com cede... suados... e relembrando as jogadas...

Uma vez me levou numa festa da Brigada Militar para andar a cavalo... era uma festa grande... da "empresa" dele,logo ele não tinha custo com aquilo e podia me proporcionar...

Me lembro que ele voltou a estudar (veio de Catuípe sem muito estudo) ...
As vezes ele me levava pra jogar na praça perto do campo da Tuca... contra os marginais... era bem divertido... eles nos respeitavam... assim aprendi a jogar futebol como se fosse sempre a última partida e sangrando pra não perder nunca...

Por vezes, ele nos lia histórias bíblicas, num livro ilustrado de capa amarela... lia um capitulo por encontro... e em muitas vezes, pegava o violão e declamava uma poesia gaudéria, quase sempre do Jaime Caetano Braum... ele era fã...

Pela companhia do meu pai eu pensava a semana inteira sobre a oportunidade de estar com ele...

Mas, por outro lado... eu passava a semana inteira num casarão, paparicado pela Dna Iracema, que criou a mim e a outros netos também... tirando dela pra nos fazer bem... (noutro post eu vou descrever aquela velha gorda e linda que me deixou nessa vida com um tremendo vazio)

(afff.... pausa !)

Quando chegava o sábado de manhã... quando era pra ser bom... ficava ruim...
Me vinha um nó na garganta, um aperto no peito, uma dor de morte (isso aconteceu até eu ficar grandinho)... me lembro bem da sensação...

Como eu poderia ir com um e deixar o outro ??
Era uma divisão que queimava... e eu cresci com aquilo...

Mas era um ritual necessário... minha avó sabia que eu sofria... ela separava minhas roupinhas de final-de-semana para eu ir com o Sr. Brandão.

Lá eu ia.... e só voltava a sofrer no domingo de noite, quando tinha que voltar para Dna Iracema e deixar o Sr. Brandão.


Então, me lembrei que mesmo o bem divide...

Eu adoro meu trabalho, ganho uma boa grana pra fazer o que eu faço com gosto... e o melhor no meu trabalho é poder viajar pra muitos lugares, conhecer muita gente diferente, beber, comer bem, negociar, despejar meus conhecimentos de gestor de negócios... conhecer fábricas... ampliar os meus conhecimentos...

Mas esta viagem pra Joinvile, me trouxe a sensação de morte de novo...

Sair de perto dessa gente que eu amo tanto... longe das minhas filhas... longe das minhas coisas... e ainda tem essa idéia de férias...

... mas eu preciso exercer minha função, que eu também gosto tanto...

Enfim, o bem divide... mas eu sobrevivo...porque...

Eu gosto do estrago

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ERRAR É HUMANO

Errar é humano...
Eu envelheci ouvindo essa sentença... (não vou dizer que cresci ouvindo... por que algum engraçadinho (a) vai fazer piada).
Eu sempre errei muito, porque não penso muito antes de fazer as coisas que eu ouvi do meu coração. Tipo: “na emoção eu pulo, depois eu percebo que não dava”.
Sempre foi assim... Eu não tenho noção mesmo.
Tinha um amigo, o Gói. Era meu único amigo que tinha uma bicicleta com o bagageiro serrado, daí a gente planejava que eu guiava e ele ia de pé atrás... com os pés no bagageiro serrado e segurando-se no piloto. As vezes o Gói ia pilotando, eu de pé. Preferia ir de pé. Mas a gente foi ficando bom naquilo e eu sugeri pro Gói que precisávamos ir além. Iamos montar uma rampa com compensado e correr em alta velocidade e saltar a rampa... um pilotando e ou de pé, atrás da bicicleta... (a bike, como a gente chamava)
Engendramos a rampa magnificamente... alta, longa... veloz... Sorriamos olhando pro invento e imaginando o grande salto cinematográfico... nos posicionamos, eu de pé, o Gói guiando... tudo ia dar certo... na nossa visão romântica de voar... pois, pela lógica, tinha tudo pra dar errado... Ganhamos distância, nos preparamos... corriamos a alta velocidade... a rampa se aproximava... uma platéia sentada no cordão da calçada... a rampa se aproximando... a barriga gelando... a adrenalina a mil... a rampa crescendo.... o Gói suando... estávamos muito rápido... atingimos a rampa... as madeiras cederam... a rampa balançou... eu balancei... o Gói, arregalou os olhos (assim contaram os torcedores)... vencemos a rampa... voamos... e aquela sensação de liberdade... vencemos a rampa... estávamos no ar... me lembro como se fosse ontem... daí começamos a descer... o Gói gritou (uhuu !!!) estávamos no ar... segundos, mas passou muito tempo... a bike caia freneticamente... e inclinando pra frente, cada vez mais... voltou o frio na barriga... o vento rápido no rosto... o pneu da frente não tocava nunca no chão... até que tocou... não pensamos na queda... só no vôo... caímos os dois, na calçada de lage... o göi bateu com a cara no chão e saiu esfolando por algum tempo.. eu estava atrás... voei sem o Gói e sem a bicicleta... voei solito... até que atingi o solo... bati com o ombro no chão... depois rolei pela calçada... a bicicleta do Gói ficou imprestável... eu sentia muita dor e chorava... o Gói tava com a cara toda esfolada... quando olhou pra mim ficou mais preocupado... eu tinha uma coisa brilhante cravada no ombro... o Gói aproximou-se e tirou... era um caco de vidro...
Carrego a cicatriz no ombro até hoje... e sempre me lembro do vôo... nunca me lembro do caco de vidro cravado na carne... o sangue.... a cara escalavrada do Gói... a dor... nunca penso nisso... lembro do vôo, do engendro da rampa... perfeita... não cedeu...
Mas erramos... eu e o Gói erramos... não dava para termos saltado os dois na bike... não dava pra ser tão alta a rampa... não tinha como dar certo...
Então... erramos, mas foi uma aventura e tanto...
Nós nunca nos culpamos pelo erro... lembrávamos do vôo...
Daí hoje eu erro... faço coisas erradas... me equivoco... continuo pensando só no vôo... mas não acho justo ser culpado porque amo... porque mando flor... porque canto a canção... por que eu amo... errar é humano... e eu sou tri humano...
Vou continuar errando... mas vai ser sempre pelo vôo...

Eu gosto do estrago