terça-feira, 5 de março de 2013

FIM DO CHAVES

Hoje morreu o Hugo Chaves!

Comenta-se: FOI TARDE!

Afinal, foi-se um tirano. Fechou as fronteiras do país com ideais e ideologias, e alguns equívocos que vem de encontro com a nossa cultura capitalista democrática.
Tudo bem, trata-se do senso e o contra-senso.

Outro dia me dei conta de que eu andei fechando as fronteiras da minha vida pra uma série de coisas que são entendidas como normais. Prefiro a minha casa a qualquer lugar mais convidativo. Prefiro as minhas coisas aos favores agradáveis de outros. Fechei minhas fronteiras intelectuais e culturais pra coisas que eu defini como fúteis e passageiras (como todas as coisas fúteis são)
E por acreditar nisso eu gostaria que a minha amada me seguisse e as minhas filhas também.
Não, não tem nada de mal na companhia desagradável dessa gente mesquinha/modista de quem tu gosta, não tem nada com essa gente desencaminhada e sem ambição que te proporcionam algumas alegrias.
Não, não tem nada contra essa música ruim que fala do Balancê da bunda ou do bonde de lá do quê. Não tem nada com essas amizades que nunca nos fizera nenhum bem direto, além das poucas gargalhadas sinceras despejadas sob a atmosfera etílica.
Não, não tem nada contra essa novela sem recheio ou o programa do ratinho, mas eu acredito nos programas melhor selecionados.

Sim, eu me esquivo dos aproveitadores ou gente com a simples intensão de fazer parte das nossas vidas por alguns interesses exclusivos.
E eu gostaria que a minha gente se esquivasse também.

Dessa forma - no meu entendimento - nos protejemos do mundo lá fora e criamos uma nova órbita pros nossos interesses um pouco mais nobres.
Eu não ando interessado em flertar com a desgraça porque me é conveniente.

É bem verdade que eu ainda não descobri o jeito certo de viver fazendo somente o que me agrada e é bom pra NÓS. De quando eu quando eu ainda sorrio amarelo (os meus dentes estão horríveis) pra não ser mais antipático.

Sim, eu me tornei um antipático até pra minha família há algum tempo. Mas é porque não ME convém essa politicalha.

Tenho horror a gente que se satisfaz no mesmo acreditando que é novo, o ciclo do novo velho... arggggg !!!

Dei-me conta: ME TERNEI UM TIRANO !!!

E das minhas fronteiras cuido eu. Se meu povo me seguir, eu serei ainda mais feliz.

Se eu tivese muito petroleo, fosse o 12º maior produtor do mundo e percebesse que o 3º já fez guerras com outros 10 dessa lista que me antecede, eu lhes chamaria de diabos também. E ninguém lhes fez nada, só produziram petroleo e gás.
Aí, eu compraria uma arma pra proteger minha casa, minha família e meu petroleo.
Talvez, quando isso acontecesse, venderiam ao mundo todo que eu sou uma ameaça, se infiltrariam na minha casa e diriam que eu sou um mau pai, marido, filho e vizinho...

Pra proteger ainda mais minha casa, eu teria que cortar amizades de oportunistas, amigos desses corruptores e evitaria que minha amada Carina e minhas filhas fossem à qualquer forma de propaganda dos corruptores.

Talvez aí poderiam me ter como um TIRANO.

Mas se meu povo, na minha casa me adora, sofre com minha doença, com minha ausência, com minha fadiga, eu entenderia que eles me amam.
Não vou proibir a saída de ninguém da minha casa, se não me querem por perto, estão livres, como sempre estiveram, pra ir e vir.
Mas se ainda assim, se mantiverem ao meu redor e sofrerem pelo meu sofrimento, eu lhes amaria mais e lhes reservaria o melhor no meu mundo.

Eu me tornaria um LÍDER. Pelo menos da minha gente.

É numa dessas que eu gosto cada vez mais do filme: A VILA.

Tem gosto pra tudo.

Bom mesmo tá aqui, na nossa livre capital democracia. As vezes a gente fica chateado porque 2% da receita é destinada à educação, um pouco mais para a segurança.
As vezes a gente se incomoda com o fato de a TV fornecer pão e circo em demasia, e o cara do Senado ser corrupto irremediável. A gente franse a testa quando um comando criminoso dá as ordens de dentro de um presídio e deixa uma população acoada!
De vez em quando eu fico um pouco bravo com o absurdo de impostos que me tomam sem reverter pra nenhum benefício meu. Mas tudo bem, estamos livres e isso é tudo...

Eu tenho um Iphone, um carro, uma bela casa e várias camisas da Tommy !!!
Eu sou livre!!

Mas as vezes, um tirano.

Vá em paz Hugo Chávez. Hão de tomar o petróleo que se formará fruto da decomposição do teu corpo daqui uns anos. O meu também.

Por hora, liguemos a TV, pois, pão e circo não nos faltam, e um pouco de hipocrisia também !!!

Havia duas pílulas, uma azul e outra vermelha... escolhi a que eu acho certo.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pessimismo


A espinha que não se curva
é estrutura de quem mente sem sentir
É a asa concedida por quem não quer pular
E assiste torcendo de cima do morro a tragédia

Eu não me sinto melhor porque sou rígido
Me sinto maior porque sei ser plural e acessível
Porque não embruteci meu coração quando esfolei o nariz no inferno
E porque ainda me sinto capaz de transformar a vida puramente por paixão

Eu não tenho medo de voar,
Já fiz isso de bicicleta;
Não tenho medo de cara feia,
Já quebrei várias por diversão;
Não tenho medo da queda,
Já voltei de várias com um sorriso no rosto;
E recomeçar...
Taí o sol pra exemplificar...

Então Carina, sim, a nossa vida vai ser tri bonita na nova querência;
Eu vou te fazer feliz e vou ser contigo;
De vez em quando a gente vai encher a casa de gente que fala ao mesmo tempo;
Eu vou vencer na canastra, tomar vinhos, fazer churrascos...
E os nossos, vão comemorar juntos as nossas vitórias...

O pessimismo eu mandei a merda meio tonto e sem uns dentes !

Pessimismo


A espinha que não se curva
é estrutura de quem mente sem sentir
É a asa concedida por quem não quer pular
E assiste torcendo de cima do morro a tragédia

Eu não me sinto melhor porque sou rígido
Me sinto maior porque sei ser plural e acessível
Porque não embruteci meu coração quando esfolei o nariz no inferno
E porque ainda me sinto capaz de transformar a vida puramente por paixão

Eu não tenho medo de voar,
Já fiz isso de bicicleta;
Não tenho medo de cara feia,
Já quebrei várias por diversão;
Não tenho medo da queda,
Já voltei de várias com um sorriso no rosto;
E recomeçar...
Taí o sol pra exemplificar...

Então Carina, sim, a nossa vida vai ser tri bonita na nova querência;
Eu vou te fazer feliz e vou ser contigo;
De vez em quando a gente vai encher a casa de gente que fala ao mesmo tempo;
Eu vou vencer na canastra, tomar vinhos, fazer churrascos...
E os nossos, vão comemorar juntos as nossas vitórias...

O pessimismo eu mandei a merda meio tonto e sem uns dentes !

sexta-feira, 8 de junho de 2012

DESAPEGO


Desapego

Praticar o desapego é um exercício que requer falta de paixão.
Sim. É um não querer nada.
Nada é importante.
Nada é eterno.

Ou, quem sabe, é uma paixão sem freio. Egoísta.
Um amor próprio que faz diminuir qualquer outra coisa diferente do EU.
Eu pratico o desapego. Constantly...

Faz tempo que eu me transformo em coisas diferentes do sia pra noite, e vivendo o meu hoje, ignoro o passado, ou pelo menos não levo souvenirs do que não me interessa mais. O tempo é agora sempre.
Lembro que aos 13 anos eu ia pra banca de frutas da família, pra não ficar sem ter no que pensar.
Eu comecei a trabalhar atrás da banca, ajudando no empacotamento. Era divertido empacotar, mas eu gostava mais das coisas que dava pra deixar bonito. Tipo, empacotar batata doce, beterraba, banana, laranja, não era divertido... esses eram produtos que dava produtividade... pouco tempo de empacotamento e estava terminada a caixa. Mas não, eu gostava das coisas mais trabalhosas e que dependia do empacotador pra fazer ficar bonito e atrativo pro cliente. Empacotar aipim era sempre interessante, devia-se pegar a caixa, uma faca grande e começava-se a limpar cada raíz. Depois cortava-se pedaços respeitando uma uniformidade no comprimento e por fim, ajeitava-se dentro do saquinho de forma que ficavam pacotes com formatos retangulares bonitos, repletos de pedaços de aipim novo. Não se podia esquecer de fazer os furinhos no saco para que não embaçasse e com isso acabasse com a beleza do pacote.
Arranjar a “vitrine” da banca também me instigava, principalmente quando era verão, e tínhamos pêssegos, nectarinas, laranjas, maças argentinas... dava pra deixar bonito.

Mas com o tempo fui me tornando mais crescido e necessário na frente da banca. Atendendo, vendendo, dando troco. Lá punha eu meu jaleco azul e atendia os fregueses. As bancas tinhas placas de compensado onde dizia o preço dos produtos. Escritos em giz. Eu gostava muito de fazer as placas, com uma letra bacana... deveria ser mais atrativo... informativo era !

Daí então comecei a entender que para vender mais eu tinha que anunciar melhor. E lá nas bancas do mercado, era necessário gritar na frente da banca. Os produtos e os preços. Foi lá que aprendi frases de “impacto” como: “moça bonita não paga... (diminuía o volume...) mas também não leva”.
Eu gritava... pensa num piazito que gritava. Eu tinha paixão pela coisa. Mas foi até um dado momento. Foi até começar a trabalhar como officeboy na Fundação Gaúcha do Trabalho e ação Social. Trabalhar num escritório, limpinho, sem precisar gritar, sem me sujar, usando computadores, separando papéis, aprendendo a tirar xerox... Nossa, aquilo é que era emprego!
Passaram-se duas semanas e eu não me lembrava mais de como era trabalhar nas bancas... trabalhava no centro e tomava café com o Henrique no café da Livraria do Globo. Torrada e suco de laranja. Eu tomava o suco de laranja e nem sequer pensava no quanto trabalho dava para limpá-las, para arranjá-las na “vitrine” da banca para que o dono da lancheria da livraria comprasse aquelas laranjas... um desapego...

E assim foi, desapego atrás de desapego... e nessas de não olhar pra trás, há quem pense que eu sou um sem rumo, motivando pela andança, sem CEP, sem destino, sem paradeiro.
Ora essa, largar a casa nova, as filhas, família, os amigos, a banda de rock, tudo por uma possibilidade de crescer um pouquinho mais intelectual e profissionalmente... Ora essa !!!

Sim, eu vou. Pratico esse desapego temporário em prol de poder construir um lugar melhor pra toda minha gente, perto de mim, quando me restar um tempo. Agora – como eu vivo agora – eu abro mão de algumas tranquilidades, pra ali na frente deitar na grama com os cachorros, as crianças, os amigos e a minha amada Carina, pra eu descascar laranjas pra eles (as) sob o sol... e contar que as minhas coisas eu fiz sempre por paixão, e não só por mim.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ORAÇÃO

Que Deus és tu ?!

Obrigado meu Deus, pelas oportunidades que tu me deste.
Obrigado pela minha saúde, pela saúde das minhas filhas, pela saúde das pessoas que fazem parte da minha vida.
Obrigado pela saúde da Carina.
Deus, obrigado pelos desafios, por tudo o que erroneamente eu entendi como obstáculo, mas na real era uma possibilidade de crescimento.
Deus, obrigado por um dia eu ter te conhecido e ter passado o comando da minha vida pra ti.
Obrigado pela minha fé.
Obrigado pelos amigos que eu tenho e pelo meu trabalho.
Obrigado pela oportunidade que tu me deste na Sampaio. Eu tenho sido feliz.
Obrigado pela minha vida.

Me perdoa porque as vezes eu sou negligente.
Me perdoa porque as vezes eu não te agradeço pelas minhas pernas, pelos meus olhos, pela minha boca, pelos meus pulmões e – mesmo – pela minha voz que está se indo.
Me perdoa porque eu sou um filho mal agradecido, desses que deveriam passar horas do dia te engrandecendo e honrando.
Me perdoa porque eu não falo às pessoas que não te conhecem sobre o que tu fizeste na minha vida.
Me perdoa.
Me perdoa porque eu não disse “te amo”, todos os dias, àquela que partiu.
Me perdoa porque eu não fui um bom filho pros meus pais e nem um bom pai para as minhas filhas.
Me perdoa se eu peço mais do que agradeço.
Me perdoa pela minha ira, e minha falta de paciência.
Me perdoa pelas minhas mentiras, pelo meu cinismo, pela minha falta de coragem.
Me perdoa.

Há um ano atrás, eu estava na praia com minha filha e algumas amigas dentro de um barquinho. E que final de ano bonito foi aquele. Eu tive a oportunidade de num dado momento pedir á ti uma nova chance. Foi lá no barquinho, quando a gente brincava de pedir coisas à estrelas cadentes. Na real, era pra ti.

Tão pouca e pequena é minha fé, que eu tinha esquecido que tinha te pedido isso. Lógico, eu nasci perdedor, nasci devendo, porque cargas tu de novo me daria chances?

Aí tu me apresenta a Carina, logo quando eu só queria mais alguns cigarros e algumas cervejas. Logo quando eu queria ver até onde o motor aguentaria.
E tudo se mudou de novo. Eu me olhei no espelho e pedi perdão pelo mal que eu me fiz.
Tu me mandou o meu maior milagre na forma de uma pessoa. E isso me foi um murro na boca do estômago. Eu sei, eu só fiz burradas e tu resolveste me mostrar que tu és o Deus eterno, o Deus do amor e – principalmente – da misericórdia. Tu resolveste me mostrar que eu devo mesmo ter fé e coragem sempre.
Eu te prometo, pelo sangue que tu me deste, que eu vou tratar bem esse teu presente. Eu te juro. Eu vou amar ela do jeito que tu me ama, incondicionalmente.

Oh dear Dad, release me !

Obrigado pela minha vida em 2011. Obrigado por 2011.

E antes de mais nada:

Que Deus és tu ?

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Coletividade

A coletividade é uma coisa esquisita. A sabe o significado, mas o que traz, de fato, é uma incógnita.
Eu ando pelas ruas dessa Porto Alegre contrastante e vejo galerinhas um tanto quanto esquisitas pela redenção, por exemplo.
No último domingo, tinham os grupinhos de moleques vestidos de capas pretas, com capuz num sol de verão em Porto Alegre. Tem os cabelos multicoloridos e os não lavados também. Tem as meninas com shortinhos jeans sobrepondo meia calças rasgadas.
Isso me choca hoje. Fico pensando que as vezes a Mabi me pareceu estranha, aparecia toda de preto e branco, com olhos negros e acompanhados de um olhar melancólico.
Tudo muito esquisito, muito fora.

Me lembro então que certa vez eu li sobre esses grupos e sobre os punks, os skinheads, sobre os góticos, sobre os rappers... Grupos estabelecidos informalmente com identidades visuais coletivas. A esquisitice é a principal marca dessa identidade.

De certa forma, pelo artigo que li sobre o tema, ficou claro pra mim que as pessoas como formas de defesa se transformam fisicamente, mudam as roupas, os hábitos, para que possam se proteger dos seus próprios medos. Sim, não há identidade com o meio em que vivem, abraçam-se numa causa que entendem como representativa e adotam um grupo. São medos da articulação. É um esperar que o mundo seja simpático à si, e não que se possa dispensar algum esforço para ser simpático ao mundo. Eu tenho meu mundo ao meu redor, logo, posso transitar por todos esses grupos sendo quem eu de fato sou.

Eu mesmo já passei por coisas esquisitas do tipo; ouvi de um fã: “Cara, a banda é ótima, e o tiozinho ali, manda muito”; “Quando tu me disse que cantava rock, eu não te dava um copo d'água, mas depois de te ver cantando, gostei muito”; “eu não acredito que tu tens uma banda de rock, nem parece um roqueiro”.

Gente, eu já me protegi vestido de alguma coisa que não era eu. Em 1990, eu ia pra escola vestindo calças de cotton rasgandas e pintava os olhos. Preto. Escuro. Eu tinha um grupo definido, o dos caras que ouviam guns n´roses. Eu era um poser que tinha cabelo ruim e – por isso – não deixava o cabelo crescer.

Noutro momento, eu deixei o cabelo crescer. Que engano! Meu cabelo não desce, só sobe, é ruim. No entanto eu desfilava pela cidade provocando minhas estranhezas. Eu era alguma coisa do tipo Carlinhos Carneiro, bagunçado...

Eu fiz isso por algum momento porque eu não estava inteiro, não gostava de mim suficientemente desse jeito que eu sou, comum.
Um gordinho fronha, baixinho e com cara de atendente na repartição pública.
Vendedor de queijos...vendedor de morcilas, no armazém..

Mas essa é minha identidade.

Mais estranheza me causou outro dia em que eu me dei conta de que estava em casa colocando um terno, sobre o meu corpo desajustado e pequeno, cheio de riscos (tatuagens), que já escorreu suor por pular de mezaninos em alguns bares do estado. Um terno pra jantar na companhia do prefeito e do governador do estado

Sim, meu grupo agora é o dos caras de terno e gravata que discutem economia, dinheiro, EBITS, rentabilidade... Dos caras que falam de estruturas sociais... putz, corro o risco de ser um estranho entre os meus amigos do Paulo da Gama, ser um esquisito entre os meus amigos de Art & Bar.

No entanto, não é a roupa que eu visto ou o visual que eu apresento que faz de mim um individuo mais ou menos acessível a todos os grupos. Sim, eu transito bem entre todas as trupes que eu conheço, e isso me faz feliz. Eu me pluralizei, e isso foi quando eu percebi que sem o brinco de argola, com o cabelo raspado, com a barriga aparando os farelos do que eu como, de bermuda ou num terno, eu sou o Lauro. Esse cara que discute dinheiro e produção de dia, cuida das filhas no final de semana, enche a cara e pergunta: “quem quer viver ?” numa noite qualquer.

Eu não acho esquisitos os grupos, pela esquisitice que apresentam para os meus padrões. Acho esquisito que eles façam isso pra fechar-se num grupo de menos pessoas e não interagem com os demais. Alguns se odeiam. E eu tenho um medo disso, me reporta ao Hitler.

Bem, pra finalizar, eu sou eu mesmo. E sou acessível a todo mundo que quiser a minha companhia, e as minha idiossincrasias. E ando tri a fim de dividir a minha felicidade com quem quer que seja, tenha o cabelo raspado, a orelha furada, o terno gringo ou a tatuagem fuleira. Só não quero ser discriminado por ser ciumento, gordo, simplório, sincero, pavio curto. Tudo isso sou eu. E o tempo faz a gente acomodar todas as coisas nessa coletividade que a gente pode ser.

Fica a dica !

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Eu sou um porco !
Eu não valho nada!
Eu me resumo em um amontoado de pecados.
Alguns traumas... algumas faltas... poucos amores...

Eu sou um porco criado na lama... que enfiou a cara num lodo fétido, putrefo, e macambuzio cambaleou pela escuridão de um tempo que nada lembrava as roupas de linho fino e branco invejável. Rolei pela podridão do tempo em que se acreditou que eu tinha o tempo e a razão. Esfolei minha dignidade pela bosta da autodestruição. E eu me vangloriei nessa bosta toda como quem não sente arrependimento.

Eu não valho minha vida.
Não valho o que Deus me deu.
Até porque ele me deu demais. Eu sou um caminhão velho, com parcelas pra pagar, um motor retificado, com uma carga de barras do mais puro ouro. Eu quis a minha morte como recompensa pela obra, cuspi nos presentes divinos que ganhei e ainda assim, eu sigo ganhando... Eu não valho o meu mínimo, mas me sobra sorte pra descobrir a vida lá pelos trinta e poucos, e assinar o quadro... Eu não valho isso!

Eu sou só um amontoado de pecados. Eu me transformei num ser humano que mentiu pra não apanhar, que bateu pra que falassem a verdade, que apontou o dedo pra que me fossem honesto e socou a cara da valentia quando senti medo. Eu sou pecador porque exijo fidelidade e me traio o tempo todo. Eu me sonego em prol de outrem, eu me excluo pra inserir quem eu digo que amo.

E de que amor eu falo ?
Eu nem sei nada sobre o amor.
Eu sei dessa coisa descompensada que eu digo ser o amor, que faz de mim possessivo, ciumento, doloroso, sofredor...
Isso por acaso pode ser amor?
Não, o amor é dócil.
Amor, é forte e fortalece. Amor enobrece.
E eu, eu me torno um fraco, me desarmo, me acalmo, e me empobreço.
Nessa coisa que eu chamo de amor, eu me jogo sem amor próprio. Eu acho que sofrer pelo que eu sinto faz parte do amor. Amor estúpido o meu.

Eu sou um porco que pouco vale, peca e acha que ama !


Do 1308 pra fora um tigre !
Da porta pra dentro, um porco !