quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pessimismo


A espinha que não se curva
é estrutura de quem mente sem sentir
É a asa concedida por quem não quer pular
E assiste torcendo de cima do morro a tragédia

Eu não me sinto melhor porque sou rígido
Me sinto maior porque sei ser plural e acessível
Porque não embruteci meu coração quando esfolei o nariz no inferno
E porque ainda me sinto capaz de transformar a vida puramente por paixão

Eu não tenho medo de voar,
Já fiz isso de bicicleta;
Não tenho medo de cara feia,
Já quebrei várias por diversão;
Não tenho medo da queda,
Já voltei de várias com um sorriso no rosto;
E recomeçar...
Taí o sol pra exemplificar...

Então Carina, sim, a nossa vida vai ser tri bonita na nova querência;
Eu vou te fazer feliz e vou ser contigo;
De vez em quando a gente vai encher a casa de gente que fala ao mesmo tempo;
Eu vou vencer na canastra, tomar vinhos, fazer churrascos...
E os nossos, vão comemorar juntos as nossas vitórias...

O pessimismo eu mandei a merda meio tonto e sem uns dentes !

Pessimismo


A espinha que não se curva
é estrutura de quem mente sem sentir
É a asa concedida por quem não quer pular
E assiste torcendo de cima do morro a tragédia

Eu não me sinto melhor porque sou rígido
Me sinto maior porque sei ser plural e acessível
Porque não embruteci meu coração quando esfolei o nariz no inferno
E porque ainda me sinto capaz de transformar a vida puramente por paixão

Eu não tenho medo de voar,
Já fiz isso de bicicleta;
Não tenho medo de cara feia,
Já quebrei várias por diversão;
Não tenho medo da queda,
Já voltei de várias com um sorriso no rosto;
E recomeçar...
Taí o sol pra exemplificar...

Então Carina, sim, a nossa vida vai ser tri bonita na nova querência;
Eu vou te fazer feliz e vou ser contigo;
De vez em quando a gente vai encher a casa de gente que fala ao mesmo tempo;
Eu vou vencer na canastra, tomar vinhos, fazer churrascos...
E os nossos, vão comemorar juntos as nossas vitórias...

O pessimismo eu mandei a merda meio tonto e sem uns dentes !

sexta-feira, 8 de junho de 2012

DESAPEGO


Desapego

Praticar o desapego é um exercício que requer falta de paixão.
Sim. É um não querer nada.
Nada é importante.
Nada é eterno.

Ou, quem sabe, é uma paixão sem freio. Egoísta.
Um amor próprio que faz diminuir qualquer outra coisa diferente do EU.
Eu pratico o desapego. Constantly...

Faz tempo que eu me transformo em coisas diferentes do sia pra noite, e vivendo o meu hoje, ignoro o passado, ou pelo menos não levo souvenirs do que não me interessa mais. O tempo é agora sempre.
Lembro que aos 13 anos eu ia pra banca de frutas da família, pra não ficar sem ter no que pensar.
Eu comecei a trabalhar atrás da banca, ajudando no empacotamento. Era divertido empacotar, mas eu gostava mais das coisas que dava pra deixar bonito. Tipo, empacotar batata doce, beterraba, banana, laranja, não era divertido... esses eram produtos que dava produtividade... pouco tempo de empacotamento e estava terminada a caixa. Mas não, eu gostava das coisas mais trabalhosas e que dependia do empacotador pra fazer ficar bonito e atrativo pro cliente. Empacotar aipim era sempre interessante, devia-se pegar a caixa, uma faca grande e começava-se a limpar cada raíz. Depois cortava-se pedaços respeitando uma uniformidade no comprimento e por fim, ajeitava-se dentro do saquinho de forma que ficavam pacotes com formatos retangulares bonitos, repletos de pedaços de aipim novo. Não se podia esquecer de fazer os furinhos no saco para que não embaçasse e com isso acabasse com a beleza do pacote.
Arranjar a “vitrine” da banca também me instigava, principalmente quando era verão, e tínhamos pêssegos, nectarinas, laranjas, maças argentinas... dava pra deixar bonito.

Mas com o tempo fui me tornando mais crescido e necessário na frente da banca. Atendendo, vendendo, dando troco. Lá punha eu meu jaleco azul e atendia os fregueses. As bancas tinhas placas de compensado onde dizia o preço dos produtos. Escritos em giz. Eu gostava muito de fazer as placas, com uma letra bacana... deveria ser mais atrativo... informativo era !

Daí então comecei a entender que para vender mais eu tinha que anunciar melhor. E lá nas bancas do mercado, era necessário gritar na frente da banca. Os produtos e os preços. Foi lá que aprendi frases de “impacto” como: “moça bonita não paga... (diminuía o volume...) mas também não leva”.
Eu gritava... pensa num piazito que gritava. Eu tinha paixão pela coisa. Mas foi até um dado momento. Foi até começar a trabalhar como officeboy na Fundação Gaúcha do Trabalho e ação Social. Trabalhar num escritório, limpinho, sem precisar gritar, sem me sujar, usando computadores, separando papéis, aprendendo a tirar xerox... Nossa, aquilo é que era emprego!
Passaram-se duas semanas e eu não me lembrava mais de como era trabalhar nas bancas... trabalhava no centro e tomava café com o Henrique no café da Livraria do Globo. Torrada e suco de laranja. Eu tomava o suco de laranja e nem sequer pensava no quanto trabalho dava para limpá-las, para arranjá-las na “vitrine” da banca para que o dono da lancheria da livraria comprasse aquelas laranjas... um desapego...

E assim foi, desapego atrás de desapego... e nessas de não olhar pra trás, há quem pense que eu sou um sem rumo, motivando pela andança, sem CEP, sem destino, sem paradeiro.
Ora essa, largar a casa nova, as filhas, família, os amigos, a banda de rock, tudo por uma possibilidade de crescer um pouquinho mais intelectual e profissionalmente... Ora essa !!!

Sim, eu vou. Pratico esse desapego temporário em prol de poder construir um lugar melhor pra toda minha gente, perto de mim, quando me restar um tempo. Agora – como eu vivo agora – eu abro mão de algumas tranquilidades, pra ali na frente deitar na grama com os cachorros, as crianças, os amigos e a minha amada Carina, pra eu descascar laranjas pra eles (as) sob o sol... e contar que as minhas coisas eu fiz sempre por paixão, e não só por mim.