segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Eu sou um porco !
Eu não valho nada!
Eu me resumo em um amontoado de pecados.
Alguns traumas... algumas faltas... poucos amores...

Eu sou um porco criado na lama... que enfiou a cara num lodo fétido, putrefo, e macambuzio cambaleou pela escuridão de um tempo que nada lembrava as roupas de linho fino e branco invejável. Rolei pela podridão do tempo em que se acreditou que eu tinha o tempo e a razão. Esfolei minha dignidade pela bosta da autodestruição. E eu me vangloriei nessa bosta toda como quem não sente arrependimento.

Eu não valho minha vida.
Não valho o que Deus me deu.
Até porque ele me deu demais. Eu sou um caminhão velho, com parcelas pra pagar, um motor retificado, com uma carga de barras do mais puro ouro. Eu quis a minha morte como recompensa pela obra, cuspi nos presentes divinos que ganhei e ainda assim, eu sigo ganhando... Eu não valho o meu mínimo, mas me sobra sorte pra descobrir a vida lá pelos trinta e poucos, e assinar o quadro... Eu não valho isso!

Eu sou só um amontoado de pecados. Eu me transformei num ser humano que mentiu pra não apanhar, que bateu pra que falassem a verdade, que apontou o dedo pra que me fossem honesto e socou a cara da valentia quando senti medo. Eu sou pecador porque exijo fidelidade e me traio o tempo todo. Eu me sonego em prol de outrem, eu me excluo pra inserir quem eu digo que amo.

E de que amor eu falo ?
Eu nem sei nada sobre o amor.
Eu sei dessa coisa descompensada que eu digo ser o amor, que faz de mim possessivo, ciumento, doloroso, sofredor...
Isso por acaso pode ser amor?
Não, o amor é dócil.
Amor, é forte e fortalece. Amor enobrece.
E eu, eu me torno um fraco, me desarmo, me acalmo, e me empobreço.
Nessa coisa que eu chamo de amor, eu me jogo sem amor próprio. Eu acho que sofrer pelo que eu sinto faz parte do amor. Amor estúpido o meu.

Eu sou um porco que pouco vale, peca e acha que ama !


Do 1308 pra fora um tigre !
Da porta pra dentro, um porco !